Na manhã de hoje (12), a vereadora Fernanda Miranda (PSOL) subiu à tribuna para denunciar, mais uma vez, uma violência gravíssima contra a comunidade surda, e contra as mulheres de modo geral.
Neste final de semana, uma mulher surda foi vítima de estupro e teve também o seu direito linguístico violado em função da falta de acessibilidade na rede de atendimento à violência contra a mulher. A falta de profissionais intérpretes de Libras (TILs) para acompanhar a denúncia e acolher a vítima marca uma segunda violência.
Além do fato da Delegacia da Mulher não funcionar 24 horas e nem aos finais de semana, atendendo somente em horário comercial, a vítima ficou ainda mais vulnerável tendo que buscar intérpretes de LIBRAS voluntários para que pudessem fazer a tradução e interpretação. Por mais louvável que seja a disposição dos intérpretes em doar seus serviços para atender essas demandas, este é um dever do Estado. Por isso, é a necessário que, com urgência, haja implementação da Central de Intérpretes de Libras (CIL).
“Não é possível que pessoas em tamanha vulnerabilidade tenham seus direitos violados também pelo Estado por não amparar e acolher as suas necessidades, através da prestação de serviços públicos, que são garantidas em leis. A Central de Libras precisa ser implementada com urgência” pontuou a vereadora.
No último ano, o mandato da vereadora já havia denunciado outra violência grave a uma mulher gestante que sofreu violência institucional, obstétrica e teve seu filho retirado por um período, tudo em consequência da falta de uma Central de Libras.
A vereadora Fernanda destinou uma verba das emendas impositivas para que a Central seja uma realidade ainda este ano. “Esta é uma luta histórica da comunidade surda e é uma batalha do nosso mandato há pelo menos 5 anos dentro do legislativo” concluiu.
De acordo com a Secretaria de Assistência Social, em matéria ao Diário Popular, a Central está prevista para ser implementada ainda neste semestre.
Foto: TV Câmara