
Na última quarta-feira (02), nosso mandato esteve presente na Audiência Pública proposta pela Comissão de Educação da Câmara, que contou com a participação da Secretária Municipal de Educação e Desporto do município, Adriane Silveira, para tratar sobre a volta presencial das atividades escolares em Pelotas, até então prevista para ocorrer no dia 16 deste mês.
Conforme já afirmado publicamente em diversas ocasiões, nos posicionamos de forma contrária a qualquer tipo de retorno presencial das escolas, junto das e dos profissionais de educação, das e dos estudantes e de suas famílias, que lutam em defesa da vida das comunidades escolares e da população pelotense como um todo. Durante a Audiência, este posicionamento coletivo foi, mais uma vez, reafirmado, através das análises apresentadas pela Universidade Federal de Pelotas, que compõe o Comitê municipal de enfrentamento à Covid-19, pelo Conselho Municipal de Educação, pelo SIMP – Sindicato dos Municipários de Pelotas e, ainda, pelo UNI Pelotas – Comunidade Escolar em Luta e o Coletivo Infância Viva. Entidades que mais uma vez apontam para a total impossibilidade de qualquer retorno seguro e de qualidade das atividades presenciais nas escolas, tendo em vista o atual cenário de descontrole da pandemia na cidade, a baixa abrangência da imunização contra a Covid e, dentro desse cenário, a falta de estrutura das escolas para o retorno seguro, entre tantos outros argumentos debatidos há meses.
Na ocasião, a segunda em que a Secretária de Educação esteve presente na Câmara Municipal ao longo de todo este ano para tratar das problemáticas relacionadas ao ensino durante a pandemia, foi possível constatar que realmente não há condições viáveis e tão pouco, seguras, para um retorno presencial e/ou híbrido da educação presencial. Comprovou-se, novamente, que não há canais efetivos de diálogo entre as comunidades escolares e a SMED e que os problemas relacionados ao ensino remoto persistem desde o ano passado. Além disso, através de visitas que estamos realizando nas escolas, constatamos a falta de extintores de incêndio ou também, em alguns casos com prazo de validade vencido, demonstrando a falta de planejamento seguro para qualquer retorno presencial.
Defendemos, portanto, que é necessário agir neste momento de forma a garantir a vida da população pelotense, investindo nas demandas das comunidades escolares do município, garantindo alimentação adequada, acolhimento psicológico aos profissionais da educação e estudantes, orientação às famílias, vacina para todas, todos e todes. Entendendo que é mais adequado qualificar o ensino remoto, garantindo o acesso às tecnologias e melhorias nas condições de ensino-aprendizagem até que possamos estar em condições seguras para o retorno das atividades presenciais com garantia de saúde e de qualidade no ensino.
Nesta terça-feira (8), recebemos a notícia de que a SMED adiou a previsão de retorno das atividades presenciais e/ou híbridas nas escolas para o mês de agosto, posicionamento no mínimo sensato, mas que não basta. Nosso mandato seguirá ao lado das comunidades escolares pelotenses e dos movimentos sociais, na defesa incansável da vida de todes, na luta por uma educação segura e de qualidade e pela garantia de acesso aos direitos básicos de toda a população pelotense, neste momento crítico em que vivemos.